Falta pouco para o acordo da previdência entrar em vigor. Enquanto os governos do Brasil e do Japão correm para concluir os trâmites, trabalhadores que poderão se beneficiar com a novidade fazem a contagem regressiva.
Gervasio Maeda se adiantou e acabou pedindo o pagamento integral de desligamento do shakai hoken assim que chegou no Brasil. Como a solicitação foi feita antes do novo acordo, ele vai receber somente o equivalente a três anos de aposentadoria, mesmo tendo trabalhado sete. “Assim que cheguei, dei a entrada. Mandei os papéis porque estava demorando. Achei que ia demorar muito”, afirma.
Wison Tanabi Barbosa decidiu esperar pelo acordo. Está empregado e agora contribui para o sistema previdenciário do Brasil. Tem dúvidas sobre como vai ficar com o que pagou no Japão. “Eu contribuía sim, mas de ‘picado’. Nunca ficava no mesmo serviço, mas acho que contribuí sim, bem lá para trás”, recorda.
A discussão sobre o acordo tem quase dez anos. Nesse período, técnicos dos dois países se debruçaram em detalhes de cada sistema, até receber a assinatura. O parlamento japonês aprovou o acordo em maio. No Brasil, o projeto passou pela câmara em junho, e pelo senado agora em setembro.
O embaixador do Brasil no Japão, Marcos Galvão, afirma que faltam apenas a aprovação do gabinete ministerial japonês e ajustes na legislação japonesa. “O gabinete ministerial do Japão agora terá de aprovar o acordo. O Japão vai fazer uns mínimos ajustes na sua legislação, mas eles nos informam que não vai demorar muito tempo. Em seguida, passado esse período que nós estimamos possa ser de até uns dois meses, aí há a formalização do acordo que se faz por meio de trocas de notas, que são comunicações diplomáticas de um país para outro”, explica.
Dependendo da data em que essa troca de nota se fizer, levará um período de até 90 dias até a entrada em vigor. O principal do acordo é que os anos de contribuição à previdência do Brasil e do Japão vão poder ser somados.
É a coroação de quem trabalhou tanto tempo. “Muitos estão prestes a se aposentar. Com essa somatória, e com os documentos que vão buscar a parte burocrática, tenho certeza absoluta que para eles vai ser muito bom, e para a empresa não vai ter custo nenhum”, acredita o empresário Hiroshi Shimuta, dono de uma empresa de construção que tem recrutado muita gente que retornou do Japão.
Alguns chegaram há pouco tempo, como a secretária Tothi Kawakami Haraki, depois de oito anos. “Acho que é muito bom para os brasileiros que estavam no Japão e contribuíram por muito tempo”, opina. Com o acordo da previdência, o tempo que trabalhou em fábricas não parece ter sido em vão.
fonte: / JPTV http://www.ipcdigital.com/br/Noticias/Brasil/Trabalhadores-aguardam-com-ansiedade-entrada-em-vigor-do-acordo-previdenciario_11102011